terça-feira, 15 de janeiro de 2008

café sem responsabilidade

Quando eu tinha uns dez anos de idade, o café tinha um sabor diferente. Sabor do trabalho do meu pai, meu velho, meu querido pai.
Até o cheiro lembrava uma coisa importante.

Por isso, também, o gosto de escritório e coisas organizadas (as quais, às vezes, eu amo e, às vezes, eu fujo) era uma delícia.
E, diferente de hoje, que ele entra no meio de reuniões e conversas longas, naquela época ele era sinônimo só de exclusividade e tempo de sobra. Era um momento que eu tomava do meu pai em pleno horário de expediente: "vamos tomar um cafézinho filha".

Até hoje quando tomo café não consigo aderir aos adoçantes (que no meu momento atual, diga-se de passagem, me fariam um bem enorme).
Café tem que ser bem doce, em térmica, feito pela tia do café e não de máquina e em copinho bem pequeno.

Mais pela história, e não pelo gosto, eu gosto de café. Gosto do cantinho do café, onde as pessoas olham-se nos olhos e falam bobagens necessárias para a vida. Gosto das combinações que cada um inventa - com água gelada, leite, em baldes ou só pra fazer de conta que se toma..
Gosto do café nos momentos em que a gente nem precisaria dele. Nos momentos em que a gente usa ele só em função da exclusividade de tempo, de pessoa, de vida..

que tal um cafézinho agora?

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